sábado, 17 de maio de 2008

Saudades de você, Xuninha!!!



... e faz tão pouco tempo que você nos deixou, mas estamos todos, aqui em casa, juntinhos, tristes, morrendo de saudades de você!

A arca de Noé do nosso coração está com um espaço vazio. Você faz falta, é claro!
Era a mais doce, a mais fofa, a mais delicada de nossas paixões felinas.

A pelagem preta-e-branca fez a gente, desde cedo, desconfiar que você era vascaína.

Quando vinha gente aqui em casa, todos se surpreendiam com a sua presença:
aquele pêlo viçoso, a mascarazinha preta... suas marcas registradas.

Sempre assim, tão assustadinha, tão retraída, tímida. Só a chegada do Beckinho para deixá-la mais animada, mais extrovertida.

Ele também está caminhando pela casa, procurando seu cheiro, sentindo falta de você.



Que saudades... e você nem partiu ainda!

A gente já tinha se acostumado a fazer a sua comidinha, a limpar o jornalzinho que você sujava todo dia... são pequenos momentos que sumiram e que nos deixaram com um vazio.

Sim, tem um vazio aqui entre nós.
Já sentimos isso antes, mas hoje a dor maior é por você.

Fizemos de tudo, você sabe.
Eu mesmo te levei nos braços para a clínica, tentando dizer para o relógio e para o Dono do Tempo que os esforços do Dr. Alex e a minha dedicação seriam suficientes para reverter o quadro, superar o limite de resistência dos seus 17 anos de vida e trazer de novo o ar que faltava em seus pulmõezinhos!

Foi duro, e eu preciso esquecer a cena... ver você tão fragilzinha ali, deitadinha, esperando que alguma coisa acontecesse.
A gente tão abatido, tão triste. E você, como sempre, pacata, quieta. O Criador já devia ter anunciado a você que eram seus últimos momentos, e que Ele já te recolhia para o céu dos animais domésticos, para o Paraíso que ninguém conhece, porque aos homens não foi revelado.

O médico fazendo de tudo... esvaziando vidros e mais vidros de remédio, colocando soro, tubinho de oxigênio, compressas quentes e até secador de cabelo para restabelecer sua temperatura. Foi duro optar por deixá-la ali, internada, na esperança de que os recursos humanos pudessem decidir em favor de sua vida.

Até que, ao fim da tarde, a ligação chegou. O Dr. Alex me comunicou que você havia partido.



Coube a mim essa arte difícil, dolorosa. Meu Deus... o mundo sempre requer de mim força de herói!
Meu Deus... eu sou forte! Eu sou forte! Graças a ti, Senhor, eu sou forte!

Que muralha humana... que força vinda do Alto para encarar tudo isso... ir até a Clínica, retirar seu corpo inerte, empacotadinho... trazê-lo de volta para casa, sem a alegria de senti-la viva!

Coube, ainda, a mim a dolorosa tarefa de cavar a sua última morada, removendo a terra com as mãos e regando-a com as lágrimas.

Era eu - o homem com destino de herói - o "forte" a sentir, sozinho, a dor de sepultar a saudade, enterrar a lembrança, encerrar a sua historinha de 17 anos diante dos meus próprios olhos!

Fiz a sua caminha de descanso aqui do lado da minha janela, pertinho da gente, da sua casa, da sua família que tanto te ama. É verdade que esqueci de levar junto seu lençolzinho... aquele que você sempre usava pra dormir...mas foi isso: tão triste, tão emocionado, esqueci o detalhe!

Não faz mal: o colinho de Deus é mais macio do que o lençolzinho que a gente, tão carinhosamente, separava para você.

Ficamos aqui, saudosos, sentidos, com o mesmo amor que tivemos pela sua mãe, pela Nina... pelas outras que primeiro nos deixaram.

Naquela época, você nos consolou, com seu chamego, de cada perda dolorosa.
Hoje é seu ex-companheiro, o Beckinho, quem está aqui com a gente desempenhando o seu papel.

Nas muitas fotos, no álbum de lembranças, nos pelinhos que guardei como recordação... em cada pequeno detalhe, um rastro de saudade e do amor eterno que teremos por você!

Olho da janela do meu quarto o cantinho onde você está. Lugar de silêncio, serenidade. Tão parecido com você...

Dá um beijo na Bucy e na Fofa!

Não sei o que Deus reserva para os pequeninos domésticos que iluminam nossa vida, animam nossos dias, nos fazem companhia calados e quietos quando as pessoas nos abandonam, nos magoam, nos entristecem. Tantas vezes vocês, pequenos e inofensivos animaizinhos, nos ajudam a superar dores, ofensas, injustiças, perdas. Acredito que, sendo a obra de Deus uma obra perfeita, haja algum propósito no Criador para presentear o homem - coroa de sua criação - com a doçura e o companheirismo de animais domésticos lindos e carinhosos como você!

Tenho que dizer: obrigado, meu Deus, por esse presentinho lindo que um dia você me deu! E tenho certeza: se Deus recolheu, há de tratá-lo com amor ainda maior do que esse que nós todos, aqui em casa, dispensamos um dia a você.

Te amamos...
fica com Deus!!!



(e não esquece de dizer pra Bucy e pra Fofa que todas vocês estão juntas no álbum que eu fiz!)