segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Imprensa esportiva: a ética sumiu!

A imprensa brasileira pós-ditadura tem desempenhado um papel, no mínimo, dúbio quanto a seu real propósito de instituir e promover a realidade dos fatos. Deslumbrada com a "abertura" e com a conseqüente ausência de controle, passou a exercer, por razões subjetivas ou mercadológicas, o papel até então desempenhado pela própria ditadura, que era omitir/manipular informações e fatos, segundo obscuras intenções.

Com o passar dos anos, a imprensa confundiu-se com a mídia, o jornalismo fundiu-se ao marketing. Perdeu-se a insígnia da ética e do bom senso em prol do espetacular. Assim, o pagodeiro-traficante tem tratamento diferenciado do traficante-traficante, a mulher nua do sambódromo vira símbolo sexual em capa de revista, a troca das cervejas enaltece a "malandragem" do sambista sem revelar o mau caratismo da transação escusa. A mesma lógica espetacularizadora justifica a execração pública das igrejas evangélicas, incansáveis combatentes do álcool e do tabaco que historicamente patrocinou a força econômica dos meios de comunicação.

Diante de um quadro desses, não se pode esperar que um veículo ou seus constituintes tenham a coragem de se impor contra uma força popular. Entenda-se: não por razões ideológicas, mas por questões meramente comerciais. Explica-se: se há uma hegemonia que possibilita lucros maiores, quaisquer princípios de ética e bom senso deixam de ser aplicados, e prevalece a lógica do capitalismo selvagem.

Não haveria razão, para tanto, que abríssemos os jornais nesta segunda-feira, dia 25 de fevereiro, e pudéssemos ver a grande imprensa questionando a situação, no mínimo capciosa, que permeou o clássico Flamengo x Botafogo, ontem à tarde, pela final da Taça Guanabara. A sucessão de equívocos justificáveis e aparentemente pouco relevantes do árbitro Marcelo de Lima Henrique não sobreviveria a uma análise mais detalhada de sua postura o jogo todo, invertendo faltas, usando critérios díspares e atuando de forma coercitiva somente com a equipe alvinegra. Sobreviveria menos ainda a uma matéria bem produzida que relacionasse, por comparação, a atuação desastrosa do juiz no jogo de ontem e a punição recente de Edílson Pereira de Carvalho, em 2005, no episódio conehcido como "máfia do apito". Por analogia, ficaria clara a relação de parentesco entre a forma como Edílson confessara alterar os resultados das partidas e a atuação de Marcelo no jogo de ontem. Ainda que não se possa manifestar juízo acerca do assunto, o episódio das "papeletas amarelas", protagonizado por dirigentes rubro-negros na década de 80, também seria exemplo claro de como esse tipo de erro pode e deve se repetir muito nos gramados do Brasil.
Essas possibilidades jornalísticas, no entanto, sucumbiram às manchetes da "conquista" rubro-negra - certamente muito mais rentável aos cofres das empresas do que a lisura e a busca da verdade em todo o processo.

O que não se pode desprezar é a postura de homens de família, atletas, trabalhadores, profissionais de respeito e honra, que se propuseram a comparecer chorando a uma coletiva de imprensa, como protesto e manifesto contrários à avacalhação pública a que foram expostos pelo decorrer da ifname partida de futebol disputada. Fato inédito no futebol, não pode ser lido meramente como "apelação", "melodrama" ou "choro".
Aquela cena dos homens chorando com a camisa do Botafogo precisa de uma leitura muito maior do que essa, que exalta os "vencedores" sem questionar os reais méritos de quem vence, e ainda os meios percorridos para a conquista.

Enquanto os (maus) torcedores e (péssimos) atletas tiram proveito da situação para comemorarem o ganho ilícito, se justificando por uma malefício nacional chamado "alegria do brasileiro" (que, aqui, serve para justificar toda sorte de despudores cometidos sequencialmente), o esporte descortina essa triste e nada honrosa mazela de nosso povo que é dançar freneticamente uando algo fica impune ou acontece ilegalmente.

A malfadada "dança do créu" e as provocações do sub-atleta deseducado e grosseiro chamado "Souza" (variante dos "Silva", e, assim, um brasileiro qualquer) foram interpretadas pela imprensa - sabe-se a troco de que - de forma diferente da dança da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) diante da impunidade de uma investigação no Congresso. As declarações destemperadas e arrogantes do sujeito também foram lidas como espontâneas e folclóricas, como se apenas aquela torcida fosse divertida e criativa, e a ela, bem como aos jogadores a ela ligados, tudo fosse permitido. Já na semana anterior, o jogador de nome Ibson declarou, em entrevista, ter se dirigido a Edmundo, antes da cobrança de um pênalti, para desestabilizá-lo e fazê-lo errar. Se a prática é comum no futebol, parece-nos, entretanto, reprovável quando reflete o caráter de um atleta capaz de afirmar publicamente, diante de enorme repercussão e em mídia de massa, que acossa e acua seus companheiros de profissão. A assertividade com que ele revelou o feito e o sorriso maroto de quem "triunfou" em sua empreitada deram à audiência a certeza de que todos devem e podem agir assim: vencer na vida é, segundo essa filosofia, sabotar a concorrência.

Não há o que se estranhar. Um país é o retrato de seu povo, e a imprensa reflete também aquilo que seu povo lê e aquilo que seu povo é. Como dizia Baudrillard: "as massas só querem o espetáculo". O que se questiona e se lamenta é a omissão travestida de isenção da imprensa esportiva que, nessas horas, vira balcão de vendas em lugar jornalismo.

Lamentavelmente, a FIFA tem tratados e estudos sobre o chamado "antijogo", mas não é capaz de desconfiar de seus juízes, da moral regente nos campeonatos de seus confederados e menos ainda de considerar também antijogo o escárnio dos maus profissionais desprovidos de bons costumes como respeito, decência e educação.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O drama de Ronaldinho: novela mexicana ou campanha publicitária?

Contusão de Ronaldo: novo drama após má fase e rejeição por torcedores europeus

Não há quem não se compadeça de uma causa tão melancólica. É triste - é verdade - ver um grande atleta caído, pela segunda vez, com o rosto transfigurado pela dor e pela angústia de ficar por longo tempo impossibilitado de jogar futebol. Qualquer ser humano, em um momento desses, fica compungido e emocionado.
O que não dá - não dá mesmo! - para disfarçar, é a sensação de dois pesos e duas medidas com que a imprensa do mundo inteiro está tratando essa situação. Depois daquela vergonha que foi a final da Copa do Mundo na França, fica meio difícil acreditar se tudo isso é compaixão de verdade ou mais uma estratégia fulminante da Nike para manter seu garoto-propaganda vitalício em evidência.
Podem achar que é cruel ou grosseiro falar disso agora, mas os primeiros movimentos são capciosos e patéticos. Pelo que já percebemos, passaremos os próximos nove meses sabendo de tudo, diariamente, em todos os telejornais e páginas mais importantes da mídia: o que ele comeu, como ele acordou, com quem ele dormiu, que cor era seu chinelo etc. É uma disputa megalômana e oca para saber quem sabe mais da vida do Ronaldinho.

Visual mórbido: camisa preta com caveirão para quem se recupera de uma cirurgia???
A notícia da "alta" de Ronaldinho teve momentos de pura apelação e dramaticidade dignas de novela mexicana. Parecia tratar-se de um doente desenganado saindo da UTI. Parecia, pelo otimismo forçado e pela falsa empolgação de todos os que cobriam o fato, que Ronaldo havia ressuscitado. Cheguei a acreditar que ele já estaria escalado para jogar a próxima partida de seu time...
Ora, quem faz uma cirurgia de tendão ou ligamento ou menisco... precisa desse aparato de reportagem histérico, plantado na porta da enfermaria, noticiando a "alta", como se fossea recuperação de um paciente terminal?
Fala-se em nove meses como se fossem duas semanas. Aposta-se em sua eterna "força de vontade" para voltar aos gramados - um quadro difícil, improvável, que requer muito mais esperança e fé do que especulação e sensacionalismo. Apesar disso, o ôba-ôba corre solto: chegaram a dizer, até mesmo, que o jogador pretende encerrar sua carreira no Flamengo, seu "time de coração".
Será que a torcida do Flamengo é inteligente o suficiente para perceber que é mais fácil "encerrar a carreira no Flamengo" do que "cumprir a carreira no Flamengo"? Será que as mesmas juras de amor e fidelidade não seriam suficientes para ele, em outros momentos de "auge" - já milionário e cheio de notoriedade - jogar uma temporada pelo clube que diz amar? Os critérios para se questionar isso não parecem tão "profundos" como os que se adota para "cobrir" o dia-a-dia do jogador recém-operado.
O que se vê é isso: o jogador com cara de pobre coitado, nas coletivas ou "exclusivas" de imprensa, cumprindo essa travessia patética e melodramática, tão desprovida de sentido e desnecessária para a já tão dura jornada que o momento real apresenta.
As duas contusões sérias que Ronaldo teve podem ser comparadas à estranha diarréia/convulsão/desmaio que ele teve naquela final de Copa do Mundo que acabou em CPI. O curioso é que a mesma "grande mídia" pareceu muito satisfeita e pouco investigativa quanto às causas reais daquela "amarelada" feia, que redundou num 3x0 vergonhoso para a França. Ao contrário do que se vê agora, naquela oportunidade surgiram, em off, inúmeras versões sobre o ocorrido. Todas elas foram solenemente abafadas ou pouco exploradas - a exemplo do que ocorreu com a própria CPI que investigava o caso.

Cirurgias desse tipo são feitas em vários atletas, sem a mesma repercussão.
Claro: dirão que Ronaldo é Ronaldo, não um atleta qualquer.
Não tenho dúvidas. Disso, todo mundo sabe.
O que já não se sabe, a estas alturas do campeonato, é por que ele é diferente.
Se por tudo que jogou até hoje ou por causa da marca que o patrocina.
Eis a questão...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O despertar da Portela

Vai, minha águia guerreira!
Portela retorna ao desfile das campeãs e recupera a força de sua tradição

A águia de 22 metros abre o desfile com grandeza: a Portela voltou a ser forte no carnaval do Rio

O título ainda não veio. Sejamos sinceros: nem fez tanta diferença. Ela tem 21 campeonatos e está longe - muito longe - de ser alcançada pela Beija-Flor, chamada por uns afoitos de "novo bicho-papão". Entre injúrias a jurados supostamente tendenciosos e críticas ao subjetivismo das notas, o torcedor portelense está em festa: há muitos anos a Portela não vinha tão grandiosa, tão aguerrida, com samba tão bonito e disputando com tanta força as primeiras colocações.


Alegorias grandiosas e bem acabadas: a marca do retorno da Portela à elite dos desfiles


O ânimo dos portelenses, que até apostaram no título, não era lá uma questão tão passional assim. A Portela foi a última das grandes escolas a começar e a terminar seus trabalhos de barracão. Apesar disso, a escola mostrou um naipe de alegorias que arrebatou o sambódromo no domingo de carnaval. E somente ela, além da vencedora oficial, arrancou os gritos de “é campeã” após sua passagem pela Sapucaí.


Alessandra, Cahê Rodrigues e Diego Falcão: a nova cara de uma nova Portela

O carnavalesco Cahê Rodrigues, tido como um dos mais promissores talentos da nova safra de artistas do carnaval carioca, desenvolveu um belíssimo trabalho, subvertendo as dificuldades de um enredo aparentemente sem novidades em um desfile contagiante e original.


A primeira fase do enredo explorou o que a Portela tem de melhor: a riqueza de seu azul inigualável – aquele que Paulinho da Viola sabiamente eternizou como um azul indefinível que “não era do céu, nem era do mar”. Foi exatamente esse azul sem explicação que Cahê utilizou para representar a água como fonte eterna da vida, desde a comissão de frente com movimentos que pareciam desaguar na avenida até os primeiros carros e uma belíssima ala de baianas.




A comissão de frente da Portela desaguando na Marquês de Sapucaí

A chuva poderia ser um problema, mas acabou se incorporando à temática do desfile, virando pano de fundo para a passagem dessas primeiras alas. O que se viu logo depois foi um show de acabamento e bom gosto nas alegorias, além de muito movimento e comunicação com a avenida, que ficou deslumbrada com a simpatia do gorila africano e dos ursinhos no carro que aludia ao perigo do derretimento das calotas polares.

Alegorias com animação e muito didatismo foram pontos fortes do desfile da Portela em 2008

Além de uma águia gigantesca que entra para a história da escola como o maior abre-alas já apresentado, Cahê criou ainda alegorias geniais, como a impactante figura de um bebê esquálido e doentio que renascia, rodeado por flores que também brotavam em plena avenida. Uma metáfora da vida e do renascimento. Metáfora que também tem muito a ver com a necessidade da própria escola, suprema campeã dos carnavais, que há muito não reencontra o caminho dos campeonatos.

Dois momentos distintos: o carro do bebê subnutrido se transformava em um bebê saudável, e flores desabrochavam na bela alegoria portelense, aplaudidíssima na Sapucaí

A ÁGUIA, ENFIM, DESPERTA

O segredo para o renascimento da Portela está numa mescla inconfundível de sua tradição com novos valores. É a política do presidente Nilo Figueiredo, que apostou na inovação, mas não esqueceu os baluartes da escola – a mais prestigiada Velha Guarda da história do samba.

Velha Guarda da Portela: orgulho em destaque em um dos carros da escola

A “prata da casa”, então, começou a aparecer. A começar por sua aclamada ala de compositores. A linhagem de sangue azul de monarcas (“monarcos”, para fazer um trocadilho bem portelense) do samba abriu espaço para nomes fortes como Ciraninho, Diogo Nogueira e Junior Escafura. O trio descobriu um jeito muito especial de fazer samba com a alma e a verdade da escola, conseguindo criar hinos que caem facilmente no gosto e na voz do portelense. O resultado dessa química tem sido uma escola que canta e evolui com mais graça e empenho, ajudando a harmonia da escola e animando sua torcida.

Ciraninho e Diogo Nogueira: a nova linhagem e o futuro da Portela estão aí!

Diogo Nogueira e Ciraninho vêm aparecendo com destaque nas rodas de samba da cidade e na Nova Lapa, recanto da boemia carioca onde o samba tem sido revitalizado e conquistado a juventude de todas as classes sociais da cidade. Essa nova geração, somada ao talento de Teresa Cristina e de mitos recentes da MPB como Zeca Pagodinho e Marisa Monte, construiu a ponte para que a Portela pudesse ligar o passado ao presente e projetar um futuro, sarando a perda de nomes fortes como Clara Nunes, João Nogueira, Agepê e Elizeth Cardoso. A nova Portela apresenta candidatos sérios a baluartes futuros, abençoados pela “velha guarda formosa e faceira” e pelo brilho iluminado de Tia Dodô, a primeira porta-bandeira e primeira-dama da azul-e-branco de Madureira.

Dodô: referência absoluta da uma Portela que tem história para contar

O mesmo se pode dizer do vozeirão inconfundível de Gilsinho, nova marca registrada da agremiação. Portelense apaixonado, parece ter encontrado sua morada perfeita, soltando o gogó com alma e coração pela escola que ama. Seu talento e sua extensão vocal têm dado a impressão de que nasce um “novo Pavarotti do samba”, apelido dado anos atrás ao cantor Rixxa, que também teve passagem brilhante pela águia de Madureira.


Gilsinho (com Diogo Nogueira à esquerda): a nova voz da águia azul-e-branca

O reflexo dessa renovação está na multidão que freqüenta as tradicionais feijoadas da Velha Guarda portelense nos primeiros sábados de cada mês: a juventude comparece em peso para experimentar os quitutes dos bambas da escola. Assim é a Nova Portela: uma escola renovada onde as novas gerações literalmente são alimentadas pelos guardiões dos segredos do passado.

UMA PORTELA AINDA MELHOR EM 2009

Gilsinho: o novo Pavarotti do samba

Muita coisa poderia ter sido melhor na passagem da Portela pela avenida neste ano de 2008, é verdade. A começar pelas promessas Alessandra e Diego Falcão, o casal de porta-bandeira e mestre-sala, que teve problemas com a roupa e não evoluiu a contento, obtendo notas pouco produtivas para a escola. Num momento em que esse quesito passou a gerar um verdadeiro mercado livre de compra-e-venda de passes, a Portela, mais uma vez, aposta na “prata da casa” e incentiva o jovem casal a escrever seu nome nos anais da escola. A dupla, certamente, vai se aprimorar e superar o problema deste ano.



O carnavalesco Cahê Rodrigues está de parabéns, pela coragem e pelo talento que mostrou em seu trabalho. Assumindo a escola sozinho, longe de seu ex-companheiro de carnaval Amarildo, Cahê pareceu bem mais criativo e competente, dando sua assinatura e estilo aos carros e fantasias da Portela, devolvendo à escola a grandeza que lhe é peculiar.

Cahê Rodrigues e Diogo Nogueira: abraçando um futuro brilhante para a Portela

Mais do que o título, a Portela recuperou sua força e prestígio, deixando claro que, acertando mais alguns poucos pontos aqui e ali, pode alçar vôo tranqüilamente ao pódio das campeãs.
Que ela, aliás, conhece como nenhuma outra de suas respeitáveis co-irmãs.

Vai na ginga, Portelaaa!!!




Jose Sand: um hermano mui bom de bola!!!

Craque argentino é destaque no futebol

Assediado pela mídia, astro do time emergente do Lanús, o craque Jose Sand vem se destacando como artilheiro e importante jogador do país vizinho.
Dribador, veloz e mortal dentro da área, já iniciou bem a temporada, com seu time se classificando para a fase decisiva da Libertadores 2008.
Jose Gustavo Sand é sempre muito solicitado para entrevistas, nas quais explica seus muitos gols, como na recente Copa Apertura.

Sand ficou conhecido no Brasil em dois momentos: em 2001, quando defendeu o time do Vitória, pelo qual marcou 14 gols, e ano passado, nos confrontos com o Vasco da Gama pela Sulamericana.
No primeiro confronto com os cruzmaltinos, jogando em casa, o Lanus venceu pos 2x0 co dois gols do artilheiro. No jogo de volta, a equipe de São Januário venceu por 3x0 e ficou com a vaga.



Revelado pelo River Plate, Sand tem 27 anos e é uma das grandes atrações do futbeol argentino hoje. Taí um bom reforço para nossos clubes aqui no Brasil!


O PIOR DO CARNAVAL 2008

Na ponta da língua (afiada), os piores momentos do desfile das escolas de samba do Rio em 2008

Bebê ensangüentado e baratas na comida: tributo ao mau gosto e à nojeira no trabalho mais infeliz de Paulo Barros

=> Piores alegorias: sim, ele, o mais festejado de todos: Paulinho Barros! As alegorias que, de tão mal feitas, pareciam de terceiro grupo! Só tinham tamanho! Um acabamento pavoroso! De arrepiar mesmo! Alguém me aponte, nos últimos dez anos de desfile, alegorias mais feias que aquelas do bebê sangrando com cem mil bebês de camelô colados atrás... ou mau gosto mais sofrível do que o carro das pessoas endemoninhadas dependuradas de cabeça pra baixo... ou as baratas subindo na comida! Ele tem pavor de censura, a gente sabe, mas aquele Kama Sutra não pareceu também deselegante e desnecessário? E os pés das bonecas do filme A Profecia, que pareciam cavaletes ou rodos sem borracha? Meu Deus, é muita falta de requinte... uma coisa primária, horrorosa! Vamos combinar: ser arrojado não é ter mau gosto nem ser nojento! Aí o cara tasca uma pista de esqui e as capas de jornal adoooram... ô gente sem cultura, meu Deus do céu!

=> A Viradouro se comprometeu, porque seu carnavalesco se esmerou no mau gosto!

=> Aliás, alguma coisa acontece, porque o Paulo Barros tem horror à cultura brasileira. Por que o enredo não tinha Mula-Sem-Cabeça, Saci, Boitatá, Curupira, corrupção em Brasília, ônibus incendiado pelo tráfico... cadê o “arrepio verde-e-amarelo”? Não: ele gosta de E.T., Einstein, Frankenstein, Michael Jackson, Damien, Onde está Wally?, Edward Mãos de Tesoura, Joe e as Baratas, Planalto dos Macacos, Mr. Freeze... qual será o seu problema?????


Comissão de frente da Mangueira: pretensão do Carlinhos de Jesus em ser original virou pobreza



=> Pior comissão de frente: Estação Primeira de Mangueira! Depois de Beth Carvalho, Alcione e Ivo Meirelles, Carlinhos Sem Jesus deve ser o próximo varrido de lá. Presunçoso, coloca seu nome e seu prestígio acima da escola. A comissão de frente sem fantasia, sem visual nenhum, parecia formada por crianças saídas do baile infantil do Bola Preta. Em sua arrogância, ele diz que “quer voltar às origens”. Como sempre, querendo aparecer. Como andou fazendo nas grosserias com participantes da Dança dos Famosos do Faustão. Inventou essa descaracterização das comissões tradicionais e, agora, quer inventar outras coisas. Um resultado sem efeito, pobre. As comissões ganharam grandeza: roupas vistosas, componentes enormes (com mais de 1,90m) e o exibicionista vem com crianças de um metro e meio sem fantasia à frente da escola... nota zero! Horrível! Te cuida, Carlinhos: ano que vem, volta a dançar no salão, porque a Sapucaí fechou pra vc!

=> Tentaram acobertar todos os escândalos verde-e-rosa, porque a mídia vivia babando ovo da vila olímpica, dos ensaios etc. Até descobrirem que o tráfico reina solto na quadra, nos ensaios e na subvenção da escola!

=> Ainda de Mangueira: seu refrão “É frevo! É frevo! É frevo!” merecia sair numa alegoria do Paulo Barros: é assustador! A gente entende que só deve ter ganho porque tinha mão forte forçando a escolha, mas a minha resposta para comentar o samba seria o seguinte: “É feio! É feio! É feio!”. Horroroso!


=> O Salgueiro, com aquela mordidinha do refrão (“carioca...sou da Lapa”) não fica nada atrás. Bem esquisito, também.

=> E o refrão da Mocidade, que começa bem, mas termina com um “canta, Mocidade, canta” que não rima com nada? Estranhão. O miolo pesado e difícil de cantar também atrapalha um pouco quem quer desfilar.



O trem da estação Imperatriz: muito pequeno, quase perdido na alegoria, sem efeito visual

=> O trenzinho de abertura da Imperatriz parecia um ferrorama. Pequeno e inexpressivo demais para o que representava no carro. Sem graça...


=>Wander Pires sofreu um acidente de carro e quase não desfila. Chegou inteiro, mas a voz não veio. Não sei se foi o susto, mas nunca vi um puxador tão sem voz e desafinado na minha vida! Um horror!

=> Mangueira, Grande Rio, Imperatriz e Beija-Flor foram as campeãs do quesito “carros requentados”. Em vários momentos pareciam videotape dos anos anteriores. A Beija-Flôr com seus manauaras, equinócios e outros termos confusos que o Laila adora pra parecer intelectual sem ser! Tudo igual: carros de índios, florestas, flores... da mesma forma que os nordestinos do Max, os franceses, alemães e portugueses da Rosa Magalhães... as cobras, lagartos, dragões e fumacinhas da Grande Rio... “nada se cria, tudo se copia”, hein, Chacrinha?

O pássaro torto da alegoria da Beija-Flor: será penalizado por isso?

=> O pássaro capenga, de asa torta, da escola de Nilópolis, não merece os piores comentários? Por que os sabe-tudo da cobertura não disseram nada?


Maria Beltrão: comentários bestas e expressões deslumbradas demais para uma jornalista

=> A cobertura da Globo foi muito fraca. Maria Beltrão, definitivamente, não combina com carnaval. Falou da Rosa Magahães e do Paulo Barros mais do que das escolas que eles defendiam. Babou tanto ovo da Rosa que parecia a Lilian Pace entrevistando a Gisele Bünchen no GNT Fashion: sabe aquela laia de repórter puxa-saco que quer mostrar pra gente que é amiga de quem entrevista???? Ridícula!!!! Dois conselhos para a Beltrão: emagreça e desapareça!!!

=> "Esquina do samba": um lixo! Aquele músico da Viradouro todo ano, rindo pra mim com seu cavaco na mão, com cara de quem quer aparecer, ninguém merece! André Marques está cada vez mais gordo, mas não é um Jô Soares: suas piadinhas há muito perderam a graça. Cláudia Rodrigues podia fazer uma faxina nos camarotes: a graça que tinha como diarista evaporou com piadas sem nenhuma graça no sambódromo! Tava na cara que a Globo só a usou ali porque ela tem contrato e precisa fazer jus ao salário. Hor-rí-vel!

Haroldo Costa: dicção insuportável e comentários chochos

=> Se o Haroldo Costa não freqüentar umas sessões de fonoaudiologia, é melhor a Globo usar o closed caption pra gente entender o que ele fala. Aliás, nem precisa: seus comentários são iguais, tão iguais a cada ano, que podiam usar o áudio do desfile do ano passado. Dava no mesmo. Um poço de conhecimento que se torna, na TV, um poço de chatice, uma verdadeira mala!!!

Maria Augusta: tendenciosa e parcial, defendendo seus "apadrinhados"

=> Maria Augusta só defende seus cupinchas. Com saudades do Amarildo – o lixo que ela pariu! – foi comedida e insensível ao trabalho do Cahê que o sucedeu como carnavalesco na Portela. Viu a Imperatriz e a Beija-Flor repetirem os mesmos carros dos últimos anos mas elogiou tudo, como se fosse novidade. Conselho de amigo: se aposenta, vovó!